Finanças Descentralizadas (DeFi)
O ecossistema de criptomoedas e de criptoativos está entre os assuntos mais populares dos últimos anos. Isso se deve, principalmente, ao Bitcoin, que está se tornando cada vez mais conhecido e que vem se apreciando ao longo dos anos.
Aos poucos, vamos percebendo que tanto o Bitcoin quanto o Ethereum — principais projetos da atualidade — são apenas a ‘ponta do iceberg’. Há alguns meses, estou estudando esse ecossistema e estou me surpreendendo com a quantidade de diferentes aplicações e possibilidades que existem nesse meio.
Projetos que envolvem Decentralized Finance (DeFi) — termo em inglês para Finanças Descentralizadas — me chamaram a atenção. Quero compartilhar um pouco do que eu aprendi sobre isso.
O que são Finanças Descentralizadas?
Imagine que você tenha um dinheiro guardado e queira investi-lo para rentabilizar a quantia com o passar do tempo. Por ter um perfil mais conservador, você decide emprestar o seu dinheiro para um banco, por meio de um Certificado de Depósito Bancário (CDB), e ser remunerado por isso.
Para que isso aconteça, existe uma quantidade muito grande de instituições, de órgãos reguladores e de pessoas entre você e o objetivo financeiro final. Os bancos pegam o seu dinheiro emprestado, pagam uma taxa de X% e emprestam o seu dinheiro para outras pessoas, cobrando taxas muito maiores. Esse modelo de operação é uma das principais fontes de receita dessas empresas.
As Finanças Descentralizadas (DeFi) funcionam como uma forma de pensar em finanças sem a centralização que vemos hoje, sem essa quantidade de intermediários. Elas surgem, principalmente, por causa do Ethereum, com contratos inteligentes que funcionam muito bem. Por isso, você pode interagir com as plataformas, depositar seus criptoativos nelas para gerar liquidez e contribuir com a validação dos projetos e, consequentemente, ser remunerado por isso.
De acordo com o Visual Capitalist, existem seis principais fatores que diferenciam as Finanças Descentralizadas — com Blockchains Públicas — das Redes Privadas, utilizadas por governos e instituições financeiras. São eles:
(1) Acesso: Qualquer pessoa consegue acessar produtos e taxas de retorno atrativas. Geralmente, no mercado tradicional, só quem possui muito dinheiro e bons contatos tem acesso a isso.
(2) Descentralização: Registros são feitos simultaneamente em milhares de computadores, ao invés de serem feitos em um só servidor. Todas as informações estão disponíveis para todos e, independentemente do país do investidor, é possível acessar boas taxas e bons produtos.
(3) Confiabilidade: Não é necessário que uma instituição centralizada garanta que as transações sejam válidas. A própria rede faz a auditoria.
(4) Transparência: Todas as transações podem ser vistas e são publicamente auditáveis.
(5) Resistência à censura: Uma vez que todas as informações fazem parte de uma Blockchain, elas não podem ser alteradas. Uma instituição centralizada não é capaz de invalidar as transações dos usuários e de desligar a rede.
(6) Programação: Desenvolvedores trabalham nos sistemas de Finanças Descentralizadas para trazer melhorias e novas funcionalidades.
Existe uma quantidade grande de redes (Ex: Ethereum, Solana, Avalanche, Polygon, Cronos, etc), sendo que cada uma delas possui plataformas para que a aplicabilidade das Finanças Descentralizadas seja possível.
Recomendo que acesse o site DeFi Llama para filtrar bons projetos. Usar o Total Value Locked (TVL) é um bom começo. O TVL representa a quantidade de recursos que estão alocados em cada uma das plataformas. Logo, quanto maior ele for, mais pessoas estão alocando recursos e confiando no projeto.
Para conseguir acesso e investir recursos em plataformas descentralizadas, você não vai precisar de informações como Login, Senha e Identidade. A única ferramenta que você precisa é da sua carteira física (Ex: Ledger e Trezor) e/ou da sua carteira digital (Ex: MetaMask e Phantom) com os recursos que serão investidos. Existem tutoriais no Youtube mostrando como configurar as carteiras e detalhes práticos do processo de investimento.
Por meio do DeFi, é possível fazer tanto investimentos mais conservadores quanto aplicações mais arrojadas. Dependendo do estágio do projeto, as taxas anuais de retorno podem superar 100%, sendo que em alguns casos elas superam 1000%.
Obviamente, existem riscos envolvidos. Quando mais consolidado é o projeto, menor tende a ser os retornos. O inverso é verdadeiro. É sempre importante analisar os fundamentos de cada projeto, entender a aplicabilidade, o tamanho de mercado e o poder da comunidade de cada um deles.
O ecossistema de Finanças Descentralizadas ainda não é amplamente conhecido, fazendo com que as taxas de retorno sejam mais atrativas, devido ao comportamento de Oferta e Demanda. Ao longo do tempo, a tendência é que novas pessoas tenham acesso às informações e que haja queda nos retornos. Nesse caso, quem chega cedo realmente bebe água limpa.
Se você gostou desse texto e quer aprofundar no assunto, recomendo que estude alguns conceitos:
- Piscinas de Liquidez
- APR vs APY
- Stake vs Farm
- Wallets
Vale lembrar que não sou especialista no assunto, somente compartilhei o que venho aprendendo. Espero que tenha sido útil. 😁